• Saturday, July 31, 2021



    — Bom dia, Nova! – diz uma voz masculina num tom jovial.

    Yaaaaaaawm! Bom dia... Xavier... – uma voz feminina responde, ainda sonolenta, quase dormindo em pé.


    Essa troca de palavras ocorria numa singela porém bem cuidada cozinha. Frente ao fogão de quatro bocas um rapaz, com os cabelos escuros aparentemente ainda úmidos de um banho recém tomado, preparava algumas panquecas, enquanto uma mulher se assentava à mesa. De cima desta última a moça pega uma revista e começa a folhear. O rapaz, que agora vinha trazendo uma travessa cheia daquelas delícias, vislumbra a capa da magazine, que ostentava em letras garrafais a marca " O BERRO " e a manchete " ' Para mim, o amor morreu' diz Glacia sobre seu divórcio com Tyson Le Fleur ".

    — Não sabia que você se interessava pelo mundo dos famosos. – fala Xavier, puxando papo enquanto serve a mesa.

    — Normalmente não... Mas a notícia do casamento da Glacia terminar é realmente chocante! Pouco é sabido da vida pessoal dela, então qualquer coisa vira uma notícia de peso, quanto mais se tratando de um casal ao qual o pouco que se sabia era que se davam muito bem. – replica Nova, possivelmente mais sóbria visto a eloquência com a qual falava do assunto.

    Neste momento em frente a Nova já havia um prato com panquecas, após ele a travessa com mais gostosuras e no lado oposto um prato idem ao dela, ao qual o jovem já apreciava enquanto sentado à mesa. Na mesa também havia uma pequena garrafa térmica, contendo o divino líquido negro conhecido como café.

    — Olha, com certeza se eles se separaram um motivo pra isso existe, mas não sou eu que vou me embrenhar nesse mato. Só acho uma pena pro sujeito ter perdido o amor dela, algo me diz que ela é uma pessoa bacana se conhecê-la bem. – Xavier fala enquanto serve café para si.

    — Compreendo... – enquanto coloca um pedaço de panqueca em sua boca. – Então você gosta das loiras, não é, garotão? Quer uma chance com uma loiraça? – disse ela, provocativa e brincalhona, após engolir o que comia.

    Aquilo fora o suficiente para rolar um blackout na mente do rapaz. Após alguns segundos voltou a si, enrusbecido e pensando consigo " Hoje vai ser um dia daqueles... ".

    — M-Mas bem, Nova... – tentando mudar de assunto. – Nós vamos à prefeitura as seis, e se o documento já estiver pronto iremos ao ginásio, que abre as oito, certo?

    — Exatamente. Mas não se esqueça que ainda vamos ao CP buscar aquela sua nova amiga se o desafio for ocorrer. – disse ela entre pequenas gargalhadas gostosas.

    E assim ambos passaram aquele café da manhã, e conversaram até dar quinze pras seis.

    ...

    A mulher suspira em exasperação, afinal, não gostava muito do seu trabalho de atendente, ainda mais quando era a única trabalhando naquele período no saguão ao estilo Rei Luís da prefeitura.

    Descansando a cabeça sobre os braços, que por sua vez repousavam na mesa, cruzados, a jovem esperava o tempo passar no seu chato emprego, enquanto pedia a alguma força cósmica que ninguém aparecesse por ali naquele horário da manhã.

    Como se para contrariar sua vontade, pela porta principal entram um rapaz e uma mulher aos quais ela certamente reconhecia. Sim, claro, afinal eles estiveram ali no dia anterior.

    Ambos se aproximam do balcão, e a atendente se ajeita para parecer o minimamente profissional.

    — Bom dia, bem vindos a prefeitura de Santalune. O que desejam? – com uma voz apática.

    Quem a respondera fora o rapaz.

    — Desculpe o incômodo, errr... Senhorita. Eu gostaria de saber se existe um documento deixado em nome de Xavier Deuschemp Tatcher, sendo específico o resultado do meu teste de treinador e, com isso, a licença de treinador. Poderia verificar? – disse meio sem jeito, desviando algumas vezes o olhar.

    A atendente assentiu e disse que verificaria, e assim o fez, indo ao computador verificar os registros. Encontrando um resultado positivo, ela pede licença e vai a uma porta mais ao fundo. Alguns minutos depois ela retorna com um papel de formato B6 e com um estranho cartão dez por três. Ao chegar ao balcão, entrega ambos ao rapaz.

    — Parabéns, sr. Xavier, agora você é oficialmente um treinador. – disse ela. – Teve muita sorte, muita mesmo, do procedimento ter sido tão ágil. Você não sabe o quão burocrático normalmente isso é. Chega a ser um milagre. – com um tom de surpresa no olhar.

    O rapaz sorriu para a frase tão fora de personagem da moça, parecia que ela não era tão indiferente como aparentava.

    — E assim você conseguiu sua licença, Xavier. – disse a mulher loira que o acompanhava; Nova. – Mas ainda acho que meu "boyzinho" precisa de aprender a falar com os outros, no começo foi meio constrangedor ver suas gaguejadas e sua dificuldade de permanecer o olhar na pessoa com que conversa. – caçoou.

    — B-Bem, você sabe que eu tenho algumas dificuldades, ainda mais quando se trata de uma moça bonita com um cargo público. – ele disse, novamente com algum embaraço.

    A atendente, ouvindo a troca entre eles, corou levemente. O rapaz era razoavelmente denso, aparentemente. Pois oras, falava como se esquecesse que ela estava ali! A outra moça parece perceber os pensamentos da atendente, e gargalha dando uma piscada pra ela, e dizendo:

    — Então quer dizer que acha a moça aqui bonita não é? – indicando com a cabeça a presença da outra.

    O rapaz cora bastante, abaixa levemente a cabeça e pigarreia.

    — Então... Acho que temos de seguir caminho, Nova. – desviando o ponto. – Muito obrigado, senhorita, tenha um ótimo dia de trabalho.

    E então ele se vira para sair, acompanhado da loira.

    — Ei! – a atendente chama. Ambos olham para trás, surpresos. – Só pra informar vocês, eu tenho nome. Theresa. – falou, por motivos que ela mesma desconhecia.

    Ambos os que saiam deram uma leve sorrida, e acenaram em entendimento, e seguiram caminho, acompanhados pelos olhos da moça; de Theresa.

    ...

    — E então, aqui estamos, eis o CP. – disse Nova, parada em frente a uma construção branca do teto vermelho, que ostentava em sua fachada um simbolo de uma pokébola de cor idem ao telhado. – Grave bem em sua cabeça essa construção. Ela pode variar um pouco em algumas cidades, mas em quase todos os lugares ela vai compartilhar características com essa.

    O rapaz indica que compreende, e ambos então se aproximam das portas de vidro do lugar, e adentram após elas abrirem automaticamente. Dentro do lugar um espaço amplo. Algumas mesas espalhadas e uma grande estante de livros à direita e sofás em torno de uma grande mesa a esquerda são as primeiras coisas que se percebe ao entrar . Mais ao fundo um balcão em meia lua, com uma enfermeira de cabelos róseos por detrás e máquinas estranhas logo atrás dela. Ainda ao fundo, mas na mesma direção das mesas, um portal levando a um outro espaço, ocorrendo idem na direção oposta.

    — Bem, Nova, e agora? Onde podemos procurar a Clis? – perguntou Xavier, acariciando o queixo com a mão.

    — Eu vou verificar ali na área de alimentação, enquanto isso recomendo que você vá ao balcão e peça um check-up nos seus pokémon. – respondeu, indicando com a cabeça para onde o outro deveria ir. – É importante que você se acostume com isso. Você tem uma licensa de treinador agora, por sinal, então não tem que se preocupar em pagar, os tratamentos são gratuitos para treinadores credenciados. – informou, e se retirou, sem esperar o outro responder.

    Sem opções, o jovem segue para o balcão, no qual não havia fila alguma formada, e as poucas pessoas que perto dali estavam conversavam entre si recostadas pelos cantos. "Provavelmente o motivo de estar vazio assim é o mesmo da prefeitura." pensou consigo.

    — Bom dia, como faço pra conseguir um check-up pros meus pokémon's? – perguntou, tentando passar confiança ( ao contrário do que ocorrera mais cedo ), já frente a frente com a enfermeira residente.

    — Você deve ser um novato, não é? – ela sorri de leve, ao mesmo tempo formando um leve arco com os olhos. – Tudo que você tem que fazer é me mostrar sua licença, que eu vou confirmar os dados dela no sistema. Fácil, não? Foi um grande avanço a criação de um sistema integrado para isso. Até alguns bons anos atrás ou os processos seriam muito burocráticos ou muito negligentes. Por sinal, você pode chamar qualquer enfermeira que trabalha em Centros Pokémon de "Joy", incluindo eu. – comentou, por algum motivo.

    O rapaz acenou, e entregou seu recém tirado documento para a mulher de cabelos róseos, que seguiu para um computador, onde realizou alguns rápidos procedimentos, e retornou para o rapaz.

    — Tudo confere, sr. Xavier. Por favor, coloque suas pokébolas nessa bandeja para que possa ser feito um check-up rápido. – enquanto coloca uma travessa em cima do balcão ( travessa esta que estava em algum lugar ao qual os olhos de Xavier não a viram antes. ).

    Xavier faz como indicado, e coloca suas três esferas ali. A mulher leva as esferas para uma máquina estranha, colocando-as em concavidades localizadas nesta. Ela prossegue em ativar o aparelho, que emite algumas luzes indicando funcionamento. No computador, os dedos da enfermeira deslizam pelo teclado, possivelmente para começar o procedimento. Com isso, uma grande tela de LED acima da máquina se acende, e imagens dos pokémons contidos nas esferas, junto de alguns indicadores de estado de saúde são transmitidas para ela. Logo, a grande máquina emite alguns toques "musicados", e num "plim!" final ela cessa o funcionamento. A moça então retira as pokébolas do aparelho e as coloca na bandeja, a qual leva para o balcão.

    — Aqui estão eles, em perfeito estado. – disse Joy, indicando para o rapaz que poderia pegar de volta os pokémon's.

    — Muito obrigado... Mas poderia me responder como que esse aparato funciona? – perguntou, depois de uma pequena pausa.

    — Não há de quê, e claro, por quê não? Basicamente o que este aparelho faz é analisar as condições gerais dos seus pokémon's, e recuperar, por meios que não podemos divulgar, lesões de certo nível. Ferimentos no qual ocorreu alguma grande alteração a "forma original" do corpo não podem ser tratados nelas, no entanto.

    — Surpreendente. – com genuino espanto, comenta o rapaz.

    Por fim, trocaram algumas gentilezas, e Xavier se retirou para ir ao encontro de Nova, na área de alimentação. Não tardou e encontrou a cabeleira loira que tanto buscava numa mesa mais ao fundo, sentada junto de uma garota de cabelos azulados. Ao se aproximar, o rapaz percebe que esta última se deliciava com um croissant de aparência apetitosa, acompanhado de um copo de café unovano, que ostentava a marca StaryuBucks, uma rede de cafés e lanchonetes que tinha pontos em todas as regiões.

    — Bom dia, Clis.– disse, já muito próximo das duas, num tom relaxado. – Preparada para um mais um longo dia?

    — Ei, bem, não percebe que você interrompeu nosso papo de garotas não? – disse Nova, cortante como uma navalha.

    O rapaz instintivamente recuou um passo com uma face apologética, mas logo se compôs, ele sabia que precisava acostumar com as falas da mais velha.

    — Vamos lá, Nova, não seja assim. Eu só dei um bom dia, é educação, poxa. – tentando parecer pouco afetado.

    O tiro saiu pela culatra, no entanto, visto que as outras duas riram do modo que ele reagiu. Enrusbecido, Xavier puxa uma cadeira e se senta, claramente envergonhado. Percebendo a situação do colega de ofício, Clis solta um riso leve, e puxa um assunto, tentando ajudar o rapaz a mudar a marcha.

    — E então, vai mesmo hoje no ginásio? – perguntou, logo em seguida dando uma mordiscada no seu croissant.

    Ele, percebendo que era sua deixa para se compor, pigarreia um pouco, e começa a falar.

    — Vou sim, e é por isso que eu e Nova viemos aqui. Você disse pra te chamarmos se realmente fosse acontecer, não? Ainda não fomos no ginásio, mas eu tenho uma sensação de que conseguiremos fazer tudo hoje. Nova ontem a noite não parecia muito animada com isso, entretando. – sorri um pouco.

    — Eu não sei se é a melhor ideia no momento, tipo, ele não tem muita experiência batalhando com treinadores, então a situação pode ficar complicada para ele. – Nova, se colocando no assunto. – Mas pelo mesmo motivo isso pode ser uma boa, ganhar experiência. No final acabei cedendo.

    A conversa para um pouco, e Clis segue com seu café, rapidamente o terminando. Se levanta, descarta o lixo resultante numa lixeira que havia por ali, e retorna a mesa.

    — E então? Quando vamos ao ginásio? – pergunta, de pé, aos outros dois.

    — Nove e meia, dez horas. – respondeu Xavier. – Ainda temos algum tempo para chegarmos lá. – completa, se erguendo.

    — É melhor irmos já, no entanto. Não seria legal se algo nos atrasasse no caminho. – disse a loirissíma, já de pé.

    Os três então acenam uns para os outros, e se põem a sair do Centro Pokémon.

    — Por sinal, Clis, onde você comprou seu copo de StaryuBucks? Eu não vi nenhuma filial na cidade. – Xavier, de súbito.

    — Você não sabe? – disse a garota, entre pequenos risos. – Alguns CP's tem acordo com a empresa, é como um estande num shopping, embora nesse caso seja um espaço no cardápio da cantina.

    ...

    O relógio digital em uma das calçadas da cidade, adição recente ao cenário da parte urbana da pacata cidade de ladrilhos avermelhados, marcava nove e quarenta quando três pessoas se aproximavam de uma construção imponente, com um verde telhado e das paredes dum tom entre o ocre e o dourado, com grandes vidraças tomando espaço dentro dos seus adornos. Tendo um estilo arquitetônico reminescente daquele do período renascentista Kalosiano, o lugar neste momento se encontrava com algumas pessoas indo e vindo. Talvez mais interessante do que a beleza da construção fosse a escultura do símbolo da liga pokémon ao lado do edíficio e a grande placa que explicava as funções do local.

    Uma das três pessoas, um rapaz, para por um segundo encarando o edifício.

    — Então é aqui o lugar onde minha primeira batalha de ginásio ocorrerá... – Xavier falou baixo, para si.

    — É, é sim. Mas entra logo e vai fazer a porcaria do registro, você não tem o dia todo. – alguém parecia ter escutado, pois Nova urgia o jovem em acelerar o processo que mudaria sua vida.

    A outra pessoa que estava com eles, Clis, nada fez, apenas seguiu com o sorriso de sempre, como se nada ali estivesse acontecendo. Xavier, por sua vez, engoliu seco, e seguiu em frente, logo adentrando as portas do ginásio, e sendo cumprimentado pela visão do interior do lugar.

    Fotos. Muitas fotos. Fotos de diversos pokémon's inseto, das mais diferentes regiões, nos mais distintos habitats. Todas estas emolduradas e penduradas, seguindo algum tipo de ordem, nas cinzas paredes do salão. Ao centro, uma estrutura, com uma porta, paredes próprias e todo o mais. Algo como uma sala dentro de uma sala. Os três que observavam essas coisas não perceberam, certamente, o balcão ao seu lado, nem o homem de roupa social e cabelos castanhos que estava por detrás deste.

    O sujeito pigarreia.

    Xavier & Co. então percebem a presença do indíviduo, o qual começa a falar:

    — Sejam bem vindos ao Acervo de Fotografias Monsieur Gignac, também conhecido como Museu de Fotografias de Santalune. Por outro lado, visto a segunda função daqui, pode chamar esse lugar de Ginásio de Santalune. Meu nome é Silas Gulliver, e sou o atendente principal daqui.

    — C-Claro... – Xavier, gaguejando um pouco. Parecia estar um pouco sentido de não ter notado a presença do outro. – Eu gostaria de marcar um desafio ao ginásio, poderia me ajudar com isso, Sr. Silas? – soltou

    O homem sorri.

    — Claro, por quê não? Deixe-me verificar a agenda de hoje. – e pegou uma caderneta, a abriu numa página marcada, e começou a verificar. – Parece que temos alguns horários livres para hoje mesmo. Das dez as onze temos a agenda livre, assim como das quatro da tarde até às seis. – explicou.

    — Por favor, o horário das dez. – disse Xavier sem pestanejar, ao menos externamente.

    — Entendido, rapaz. Poderia me informar seu nome? Por favor, preciso de sua licença de treinador também, para verificar algumas informações.

    Xavier informou seu nome, e entregou a estranha licença para o homem, que a analisou por alguns segundos, para então anotar na agenda algumas coisas.

    — Então, um desafio para Xavier, treinador de nível dez, não é? Certo... Sabe, é estranho ver que a prefeitura emitiu uma licença tão nova usando o modelo antigo, deve ter acontecido alguma coisa com as cédulas do modelo novo, talvez devem ter tido poucas no carregamento anterior, ou deviam estar com pressa... – confirmou o homem, falando algumas curiosidades ao fim. – Xavier, preciso que você assine esses papéis aqui, são basicamente termos de responsabilidade e um acordo que permite que o ginásio grave sua batalha e garante que, caso um interesse na transmissão dela exista por alguma parte, uma negociação deverá ser aberta com os envolvidos.

    O jovem vislumbrou os específicos e assinou os papéis ao se dar por convencido.

    — Tudo nos conformes agora... E vocês duas? Querem marcar um horário também? — questionou.

    Ambas negaram. Então Silas falou algumas coisas, disse que iria informar a líder de ginásio algumas coisas, para enfim comunicar que retornaria em vinte minutos. No exato tempo dito, o homem voltou.

    — Xavier, por favor, me siga. Senhoritas, uma pessoa virá para lhes levar até um local onde possam assistir o desafio. – falou, já se dirigindo para outro lugar.

    O mais novo logo se pôs a andar atrás do sujeito, rumo a estrutura no meio do local...

    ...

    Xavier sentia como se seus olhos lhe pregassem uma peça. Ao seu redor, um vasto ambiente escuro, embora iluminado o suficiente para ser possível observer as estruturas ali presentes. Se o local pudesse ser descrito de alguma maneira sucinta, seria algo como " ilhas de madeira com topo plano no meio de um abismo, conectadas por teias gigantes ". de fato, era tal o ambiente em que agora estava.

    — Vou te explicar as regras, rapaz! – disse uma voz, vinda do alto. Xavier vira sua cabeça em direção a voz, e vê, no meio do breu, um buraco luminoso arredondado, e neste a cabeça de uma pessoa, pouco vísivel pelas condições presentes. – Bem vindo ao desafio do ginásio de Santalune! Seu objetivo aqui é conseguir chegar ao platô em que a líder se encontra, atravessando pelo labirinto de teias! Se cair das teias, você é desclassificado, assim como também será desclassificado se perder para algum dos treinadores localizados nos diferêntes platôs! Não se preocupe caso caia, no entanto, pois a queda não é fatal! Provavelmente... – a última parte não pode ser ouvida pelo rapaz, pois havia sido dita quase que sussurrada.

    O rapaz sinaliza com um gesto entendimento, e então começa a tentar compreender sua situação. No atual momento, seus pés estavam sobre um cruzamento de objetos teiosos, que balançavam levemente para cima e para baixo, o que fazia com que os pelos de seu corpo ficarem de pé. Estava claro que aquilo seria extremamente complicado, e exigiria equilibrio deveras acima do normal. Xavier decide, então, o único curso de ação possível: caminhar pelas teias até uma das plataformas.

    Pé a pé, o jovem vai saindo da segura encruzilhada de teias e se põe, então, numa única teia. Surpreendentemente, as teias eram mais largas do que pareciam, e tinham dois pés de largura. Mesmo assim, isso não acalmava muito ele, pois ainda estava numa estrutura que balança e não tem apoios para segurar. Buscando manter o equilibrio a cada passo, Xavier avança vagarosamente.

    Assim seguiu por algum tempo, chegando inclusive a mais algumas encruzilhadas de teias, nas quais teve de decidir para onde iria. Finalmente, então, chega a sua primeira plataforma. Nesta, uma garota loira vestindo um blazer escolar da cor do breu com uma camisa social debaixo e uma gravata borboleta, acompanhados de uma saia vermelha, meias de cano longo pretas e sapatos idem.

    — Ei, você é o desafiante, não é? Vamos lutar para ver se você é digno de enfrentar a líder Viola! Meu nome é Charlotte e estou aqui para te parar! Será uma luta onde o primeiro a vencer dois pokémon do adversário vence, vamos lá! – disse a menina, lançando uma esfera ao chão.

    A esfera estoura em luz e dela sai uma criatura num tom amarelo, meio metálico. O ser em si era qual um casulo comprido com olhos mui escuros, cuja única parte brilhante era um pequeno ponto branco no centro dele.

    — Um Kakuna, ahm... – murmura, pensante.

    Xavier sabia bem que pokémon era aquele, afinal, vira Kakunas por aí no seu tempo de faculdade, além de ter conversado com nova sobre os tais recentemente, pois esse ser é a evolução das Weedle's, pokémon o qual Nova possuia. Tendo isso em mente, o rapaz retira uma esfera do bolso, e a lança em campo. Também gerando luminosidade, o objeto condensa no solo uma criatura que, quase imediatamente, alça voo.

    Com asas num formato de "B" com cores majoritariamente verdes, e um corpo principal com variados tons de cinza, um ser insetóide se mostra ao mundo.

    — Foi bom ter treinado o Scatterbug ontem, isso me deu uma opção a mais aqui após passar por duas evoluções e se tornar um Vivillon... – murmurou o treinador.

    Sim, aquele pokémon era uma fonte importante de poder na equipe naquele momento. Pokémon's inseto são usualmente rápidos de se evoluir, e assim fora com a criaturinha que antes fora um Scatterbug. Agora um exuberante Vivillon, o não mais tão pequeno poderia contribuir para o time.

    No momento em que treinadores e criaturas terminam de se posicionar, a batalha já estava começada. Analisando um ao outro, ambas as pessoas não pareciam querer dar o primeiro passo.

    — Kakuna, use Harden! – a jovem fala primeiro.

    E então o ser amarelado brilha ligeiramente, como se sua casca adquirisse um tom ainda mais metalico naquele instante. Xavier tinha noção do que aquele movimento fazia. Em suma, Harden tinha efeito homônimo ao seu nome, pois endurecia o corpo do usuário e aumentava suas defesas. Mas aquilo não seria o bastante para atrapalhar Xavier.

    — Struggle Bug, Duster! – ordenou ao Vivillon, dizendo o que parecia ser o nome deste.

    O pokémon de asas verdes obedece ao seu treinador, e lança algo como [] rumo ao seu oponente, que é arremessado para trás, tomando danos consideraveis. O Kakuna mesmo assim permanecia "de pé" ( ou o mais parecido a isso ), parado. Bem, não havia muito movimento que este poderia fazer, afinal, é um casulo.

    — Harden novamente! – a garota berra.

    — Acabe de uma vez com a batalha, Duster. Use Struggle Bug!

    Ambos os pokémon's obedecem a seus respectivos comandos, e agem depressa. O amarelado tenta seu melhor para executar de novo a técnica de endurecimento, mas o golpe de seu adversário fora executado numa velocidade maior do que ele conseguia executar seu movimento, e o atinge em cheio, o jogando à borda da plataforma, desacordado. A garota, vendo isso, mira a pokébola do ser rumo a ele e aperta o botão central dela, fazendo com que uma luz o envolva e o retorne a esfera. Feito isto, ela pega outra bola e libera então outra criatura ao campo. O ser em questão é majoritariamente amarelado, tendo o corpo num formato de três hexagonos grudados com em cada hexagono e um par de asas para todo o corpo.

    Xavier franziu um pouco o cenho, mas logo relaxou a expressão. Embora não soubesse que ser era aquele, já tinha suas conjecturas do que ele poderia fazer. Sem hesitação, retorna Vivillon para sua esfera e retira uma esfera nas cores preta, amarela e branco, com um sinal vermelho, de um de seus bolsos. "Explodindo-a" em campo, condensando um réptil alaranjado, com fogo na ponta do rabo, em campo. Foi a vez da garota fazer uma careta, embora, ao contrário do rapaz, ela não desfez a dela.

    — Iri, use Ember! – subitamente, Xavier, para seu Charmander.

    — Mer- Desvie Combee, e então use Gust! – a garota quase xinga, mas engole o xingamento na metade do caminho e dá um comando ao seu pokémon.

    Não tarde ambos pokémon's já se movimentavam. Num bater de asas, Combee se joga para o lado com velocidade, esperando que o inimigo não o acerte, mas foi em vão. Algo flamejante logo o atinge em pleno voo; o Charmander compensara a mira considerando o movimento e com isso conseguiu atingir seu adversário. O dono do pequeno sorri, pensando em como uma pequena tarde de treinamento havia sido frutifera para ele. Fazia sentido, aliás, visto que quando se começa algo assim, usualmente o progresso se faz presente em velocidades relativamente altas. O sorriso do rapaz entretanto se desfaz, ao pensar que, passado esse momento mais inicial, sua situação só viria a se complicar, e sua velocidade de aprendizado cair.

    — Iri, repita novamente! – diz ao ver o oponente chamuscado, jogando então seus outros pensamentos para escanteio.

    — Bloqueie com Gust, Combee! – Charlotte, com urgência.

    E assim, o lagarto solta fogo, e o inseto bate suas asas com força, e com algum poder não aparente nele, faz um vento mui forte soprar contrário ao fogo, desacelerando sua chegada, e, por consequência, sua força de impacto. Assim sendo, o ser amarelado sai do caminho da técnica com uma boa margem, assim entrando em um espaço seguro.

    — Combee, não! – ou era o que pensava.

    O ser amarelado compreendeu o grito de sua treinadora de começo, mas, quando o fez, já era tarde demais. Um impacto é transmitido ao seu corpo, junto com uma sensação cortante. Nisso, suas forças parecem se esvair e sua consciência desfalece. Com um baque, o pequeno ser alado cai ao chão. A grande causa deste ocorrido observava de perto este processo. Sim, o lagarto laranja, sem precisar de uma ordem do seu treinador, antecipara a tentativa de fuga do adversário e com velocidade, sem hesitação, chegou mais perto do Combee, e pulou enquanto golpeava com suas patas. Um Scratch aplicado em pleno salto.

    Iri volta então para seu treinador, com um sorriso bobo no rosto e com a cauda balançando. Xavier se abaixa e acaricia a cabeça do lagarto, que fizera uma ótima batalha. Em seguida, o retorna para sua esfera, e volta seu rosto para a garota.

    — Então... Posso prosseguir? – ele pergunta.

    A garota meneia que sim, e ele então se põe a ir.

    — Espera aí! Não tão depressa! Antes pegue isto. – diz enquanto estende para ele uma mão com uma nota.

    — Bem... Qual o motivo de você estar entregando dinheiro? – pergunta ele, com surpresa nítida no rosto.

    — É basicamente questão de educação, honra, algo assim, não? Todo treinador faz isso. – ela responde, desta vez sendo ela a surpreendida.

    — Mesmo num ginásio?

    — Sim, mesmo num ginásio. Se você não aceitar é como um deboche, por sinal. Por sinal, qual seu nome?

    — Oh... Compreendo. – curto. – E meu nome é Xavier, Srta. Charlotte. – aceitando, meio sem opções, o dinheiro.

    ...

    — Bem, não tem erro... É essa aqui. – disse o rapaz, ao chegar numa plataforma de madeira. Até aquele momento já passara por pelo menos outras seis, das quais metade tinham treinadores. Suspirando após atingir o importante marco, ele se põe a observar o local.

    Maior do que todas as anteriores, esta plataforma já dava todo indício de a que veio, e a presença de algumas estruturas, como a enorme barraca, que ia de cabo a rabo do espaço, ou como as malas, caixas livros e câmeras nas bordas, deixavam sua diferença para as outras ainda mais clara. Mas, o fator decisivo para Xavier saber que chegara a hora de enfrentar o líder, era a presença que se encontrava mais a frente.

    Uma mulher de altura mediana, de cabelos loiros num corte chanel. Estes mesmos cabelos no seu fim dão uma pequena enrolada, além de ostentar na sua fronte duas mechas as quais descem até abaixo do queixo, encaracolando na ponta, passando, no caminho, frente as orelhas. Uma camiseta branca sem mangas, cinto de cor idem e calças [pula brejo] verdes eram as roupas que usava naquele momento. Em torno do pescoço, uma câmera profissional delatava uma das ocupações desta pessoa.

    — Bem que eu achei que conhecia o nome do desafiante da vez, – disse a mulher com um sorriso meio malicioso. – Pois se não é o Xavier, que largou a escola assim que teve a sorte de tirar uma nota alta no vestibular regional.

    O rapaz suspira em desânimo ao ver quem era.

    — Eu bem queria evitar ter que batalhar contigo, Srta. Viola, afinal, você foi professora convidada da escola de Santalune uma porção de vezes. – o rapaz fala, sem muita animação. – Se importa de pularmos introduções então e só explicar as regras da batalha?

    Um olhar raivoso toma conta da mulher.

    — Muito bem, se você quer tanto assim apanhar! – disse. – As regras da nossa batalha serão simples. Serão lutas de um contra um, cada um de nós podendo usar no máximo dois pokémon, e meus pokémon estarão em experiência compatível a dos seus. Você conquista a insígnia não necessariamente me vencendo, mas me convencendo que você merece ela. Fora isso, as regras da batalha são as de sempre, você já deve saber bem como funciona a esse ponto. Preparado? Espero que sim. Te apresento então seu primeiro oponente! Vai Surskit! – diz, enquanto manda uma esfera para campo.

    Logo uma criatura é condensada pela luz; um ser azul e amarelo, algo entre um aracnídeo e um inseto. Com pernas longas e esguias e um corpo principal diminuto, Xavier não reconhecia o tal Surskit. Mesmo assim, logo tomou uma decisão de quem usar. Lançando uma pokébola em campo, em um curto tempo já estava acompanhado de um animal com pelos em vários tons de marrom e com uma mancha preta na área do rosto.

    — Um Zigzagoon, não é? – murmurou a líder. – Vamos ver do que ele é capaz então. Xavier. – falou, agora num tom mais alto. – Nossa luta, como você deve saber pelo contrato que assinou, está sendo filmada. Dito isto, ela começará de maneira mais ordenada, então assim que ouvir um sinal, a luta começou. – explicou uma informação que esquecera de dizer antes.

    O rapaz acena com a cabeça, e a mulher meneia algo com as mãos para um ponto sem nada aparente. Logo, ambos assumem posição, seus pokémon idem. Neste momento gotas de suor são perceptíveis na tez de Xavier, que certamente se sentia nervoso por sua primeira luta contra um líder, e cansado pelo desafio do ginásio.

    Um som. Uma cornetada.

    O sinal fora tocado, e ambos os envolvidos se colocam em ação.

    — Surskit, use Bubble! – a líder ordena.

    — Goon, circule pelo campo e use Tackle! – berra o adversário.

    O ser azul de várias patas desliza pelo campo em alta velocidade, soltando bolhas constantes pelo que parecia ser sua boca, enquanto o quadrúpede corre de forma que circulasse o espaço em torno, esperando uma chance de dar o bote. Os treinadores observam atentos, esperando que um dos dois lados tombasse em atenção. Não tarde, uma das criaturas perde a paciência. Cansado de esperar, Goon se atira na direção do azulado, tentando derrubá-lo. Este último segue atirando suas bolhas, e, ao se virar frente ao oponente, faz com que elas o atinjam. Entretando, ele também não sai impune, visto que a aceleração do borrão já não podia ser parada, e assim o Surskit toma o golpe.

    Ambos os pokémon's estavam feridos, e não dava para saber qual deles estava em pior situação. Cabia aos treinadores avaliar a melhor forma de agir ali.

    — Headbutt, Goon. – o rapaz.

    — Quick Attack. – a líder, sorrindo de leve.

    Embora o rapaz tenha falado mais rápido, a iniciativa fora do ser da líder. Num movimento mui rápido, o pequeno ser azul se torna uma mancha e logo atinge o flanco do oponente, que preparava para iniciar seu movimento. Os olhos de Xavier se cerram, vendo seu companheiro sequer conseguir reagir a tempo. Entretanto, logo a calma se apodera do rapaz, vendo o que ocorria em campo. Tenaz, o quadrúpede se mantém firme após a pancada, e numa série de movimentos, ele se afasta um pouco do adversário para conseguir velocidade e, enfim, impactar o corpo do outro usando a sua cabeça.

    Arremessado para trás, bem para trás, o inseto se levanta, cambaleante.

    — Termine a luta com um Tackle, Goon! – ordena o rapaz, agitado visto a oportunidade que ali tinha.

    A líder, no entanto, não deixou que isso ocorresse. Pegando a esfera da criatura em mãos, apertou o botão central desta e a retornou.

    — Você venceu um de meus pokémon's. Vou lançar meu próximo em campo agora, se quiser trocar seu parceiro em campo a hora é agora. – falou Viola, que neste momento já havia guardado a bola do Surskit e pego a de outro ser.

    Xavier é confrontado com duas possíveis decisões, e ele devia ser rápido em escolher qual tomar. Assim o fez. Não querendo deixar um pokémon cansado em campo, retornou Goon e retirou a esfera quadricolor de Iri, ao qual ele liberou na plataforma quase ao mesmo tempo que a líder soltava seu próximo pokémon.

    Do outro lado do campo aparecia um ser muito similar a Duster, apenas com asas em cores diferentes, pois as deste pokémon eram coloridas por diferentes tons de rosa. O Vivillon de Viola alça vôo assim que sai de sua pokébola, galante, como o rei dos ares, e se coloca a pouco mais de dois metros acima do chão, exibindo sua graça e majestade.

    Viola e Xavier se encaram, e então a primeira faz um sinal aparentemente ao nada. O gesto significava que mais um toque de início seria feito, era hora do segundo embate.

    Não tardou, e o som soou. O combate iniciara.

    — Vivi, se coloque mais alto, por favor. – falou a mulher para seu pokémon, que obedeceu prontamente, subindo mais alguns metros no ar.

    Xavier nada ordenara, e o pequeno lagarto nada fizera quanto as ações de seu oponente. Vendo que o desafiante nada faria, a líder toma a dianteira.

    — Infestation! – diz apenas o nome do ataque.

    O pokémon com alguma velocidade desce enquanto derruba pequenas coisas de cor escura em quantidade, numa espécie de bombardeio. Xavier, vendo a aproximação do oponente, vê uma oportunidade.

    — Se deixe atingir e use Ember, Iri! – para o pequeno companheiro ele fala.

    O ser alaranjado prepara seu golpe, e espera o momento no qual seu oponente passa por cima de si jogando aquelas coisas desconhecidas. Com os olhos entreabertos, o lagarto abre sua boca e lança um punhado do que pareciam ser chamas rumo ao oponente, que recebe o golpe por inteiro, visto a proximidade.

    O Vivillon volta então a se colocar no alto após receber o dano. Viola parece não se importar com o golpe que seu pokémon sofrera, entretanto, pois um sorriso de canto aparecia em seus lábios. Desconfiado, Xavier se volta para seu parceiro, e procura algo de anormal nele. Logo descobre de onde vinha a confiança do seu oponente.

    Pelo corpo do lagarto pequenos pontos pretos esparsos, antes não existentes, se mexiam vagarosamente, e o Charmander parecia incomodado com alguma coisa. O rapaz juntou " dois mais dois " e percebeu que o ataque realizado pelo adversário colocava parasitas em seu pequeno comparsa.

    — Vou ter que acelerar o passo... – murmura. – Okay, Iri, preciso que você aguente firme. Não se mexa até que eu diga o contrário. – fala pro alaranjado.

    — Bem, parece que você percebeu rápido do que se trata essa luta, não é? Mas não acho que seu plano vai ter muito sucesso. – comenta a outra. – Se você quer permanecer parado, assim permaneceremos. – então cruza os braços, e assim fica.

    Por um tempo que pareceu bastante longo, o campo ficou em silêncio, salvo pelo bater de asas de uns e pela respiração de outros. Atento ao campo, o jovem suava frio, esperando uma brecha. Seus olhos cerraram com confiança quando percebeu que, interessantemente, alguns dos pontos pretos caíram no chão. Parecia que os incômodos tinham vida curta. O rapaz dirigiu um olhar pra Viola, e percebeu uma pequena quebra no semblante dela. Compreendeu que ela iria agir; agora era a hora de ele fazer sua parte.

    — Infestation de novo, Vivi! – ela ordenara, um pouco de pressa na voz.

    Novamente, o rapaz ficara calado, na espera. O oponente realizou então o que antes havia feito, tudo igual até ali. Ao se aproximar, no entanto...

    — Iri, pule e agarre-o. – Xavier, a face da concentração.

    O lagarto não fez feio e executou o comando, mesmo que tenha novamente sofrido ao ser acertado por outro bombardeio de parasítas. Num timing impecável, e num salto sensacional para sua pequena forma, o pequeno consegue se segurar no oponente, que logo perde a estabilidade do voo e cai ao chão junto de Iri. Sem dar tempo do oponente reagir, o treinador do laranja logo realiza sua função.

    — Scratch, Iri!

    A ordem fora bem pensada, era o golpe mais rápido que o seu companheiro poderia realizar naquele momento. O lagarto, que estava basicamente ao lado de seu oponente, balança suas patas na direção da parte mais próxima de seu oponente; as asas do Vivillon sofrem dano enfim, e aparentemente o lagarto continuaria atacando se nada fosse feito.

    — Vivillon, use Tackle para afastá-lo! – ordenou a mulher.

    — Recue, Iri!

    O inseto tenta então jogar seu corpo na direção do Charmander, que rola e desvia por pouco, para então se pôr de pé. A outra criatura tenta aproveitar o espaço criado para fazer o mesmo. Xavier soube que deveria matar o jogo ali.

    — É agora ou nunca! – falou rapidamente, talvez para si, talvez para seu pokémon, talvez para algo que só ele sabe. – Ember, Iri!

    E o lagarto abrira sua boca na direção do oponente que tentava se afastar. O que pareciam brasas ao ar vão em direção ao não mais galante rei do ar.

    Assim, o desafio do ginásio de Santalune chegou ao fim.

    ...

    — Alô, Grant? Sou eu, amor, tô ligando pelo número do ginásio, tava com pressa... Olha, eu adoraria, mas deixa eu... Tá bem, semana que vem eu posso ir com você nesse passeio romântico... Sim, eu adoraria ao ar livre, mas deixa eu falar? Tudo bem... Okay, olha, primeiro deixa eu falar o motivo de eu ter te ligado durante o expediente... Não, não foi pra falar do nosso aniversário de namoro! Veja bem, hoje eu tive uma luta bem interessante aqui no ginásio, acho que o próximo que ele deve visitar é o seu... Sim, ele ainda é um iniciante, mas compreende rápido as coisas. É um ex-aluno meu, afinal... Não, não é favoritismo, pode esperar sentado que você vai ter uma surpresa! [ ... ] Sim, também te amo benzinho, até!



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    { 4 comments... read them below or Comment }

    1. Talvez, não esse é atualmente o meu capítulo preferido da sua história, a maneira como tudo foi conduzido foi incrível e você sabe disso pelas inúmeras vezes que eu citei em nossas diversas conversas nos últimos dias, infelizmente só consegui comentar agora, mas acho que não tem nenum problema pois nãos?

      Não me canso de repetir, o trabalho no Worldbuilding foi incrivel, os dialogos são muito bem feitos e fluidos e consigo gostar cada vez mais do Xavier como protagonista.

      Por um momento eu pensei que fosse deixar a batalha contra a Viola para um próximo capítulo, alias a adaptação do ginásio ficou maravilhosa e a batalha apesar de um pouco rapida, foi mais do que suficiente.

      NÃO CONSIGO PARAR DE ELOGIAR ESTE CAPÍTULO, mas é isto.

      Já tenho até algumas ideias de quem possa ser essa pessoa com quem Viola está falando em 👀.

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      1. Mano, é muito bom saber que tu curtiu o capítulo! Realmente você repetiu isso ao longo dos últimos dias em conversas nossas, e pra mim já tava mais que suficiente, então ver tu comentando aqui me deixou contente, bro.

        E bem, Worldbuilding eu *tento* fazer, né? Você sabe, por fazer parte de alguns brainstormings e etc, como eu trabalho, e ler aqui que você vê algum sucesso meu nisso me deixa feliz como autor. Os diálogos foram difíceis, na moral, sempre tenho dificuldades com eles, mas se você gostou e achou bem aplicados, perfeito, e se alguns deles fizeram com que você passasse a curtir ainda mais meu protagonista, melhor ainda.

        Mano, a decisão quanto a batalha de ginásio foi difícil, talvez uma das mais complicadas que tive que tomar enquanto escrevia. Eu pensei realmente em dividir o capítulo, mas acabei por optar pelo contrário por meios não muito seguros, rsrs. A adaptação do ginásio acabou sendo muito rápida, como você viu, porque se eu tentasse mostrar tudo acabaria ficando meio repetitivo, então eu tentei dar uma agilizada no processo, mas sem pular tudo que rola dentro do ginásio. É bem comum a gente, ficwriter de pokémon, escrever os ginásios com base no anime, mas pessoalmente eu sempre achei os desafios até chegar ao líder uma parte bacana, então eu quero seguir incluindo eles, mas de forma que não cansem o potencial leitor.

        Valeu aí por ter vindo comentar, e bem, nem precisa ter ideias não, não se faça de rogado! Todos sabemos quem é a pessoa com quem Viola tá falando!

        Um abraço, Welfie!

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    2. Napo, tu é genial! Já sentia mesmo a falta de ler algum texto no seu estilo de escrita, que eu adoro, é tão criativo, e voltei aqui batendo logo de cara com um capitulo de ouro! Continue assim! A batalha foi bem entusiasmante, e eu admito que a minha parte favorita foi a Viola no fim dando a fofoca ao namorado kkkk

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      1. Olá Shii! Obrigado pelo elogio! Eu me considero bem medíocre quando o assunto é escrever batalhas, mas sempre tento me empenhar para trazer uma experiência que dialogue bem com o leitor a sua intenção ao mesmo tempo que não se prolongue demais e canse o leitor. A Viola dando a fofoca foi o toque de ouro no capítulo! Eu fiz ele pensando nessa cena ao fim, e fico feliz que tenha curtido!

        Obrigado e até a próxima!

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