• Tuesday, September 20, 2022

     


    As ruas com construções de diversos estilos, do clássico ao moderno, elegância e brutalidade, iluminadas pelos por algum motivo refinados postes de luz com formato de candeeiro para afastar o lusco fusco do fim da tarde. Indo e vindo pelas ruas e avenidas, pessoas e veículos compartilhavam o incrivelmente mágico momento conhecido como "horário de pico". Se alguém conseguisse manter o foco além dessas coisas, entretanto, poderia visualizar uma torre branca de formato peculiar cortando o céu da cidade, sendo este provavelmente o marco mais importante desta.

    Saindo de um táxi, um rapaz para e fala algumas palavras com o motorista, antes de balançar a cabeça em confirmação e entregar algumas notas para o tal. O jovem, Xavier, caminha então para uma construção peculiar em meio ao caos urbano da cidade que merecidamente poderia ser chamada de "Cidade da Luz'.

    Xavier se separou de Clis assim que chegaram na cidade, cujo nome é Lumiose. O rapaz apenas resolveria algumas situações na cidade e então sairia o mais rápido possível, enquanto a garota planejava aproveitar a estadia por um tempo um pouco mais longo. Visto a diferença nas agendas, ambos decidiram se despedir um do outro ali mesmo, e combinaram de, se possível, se reencontrarem em uns meses na própria cidade.

    O rapaz a este ponto já se encontrava adentrando o terreno de um prédio antigo, mas bem cuidado. Com um estilo comum a um período de aproximadamente cindo décadas atrás, o prédio ostentava três andares e tinha como uma de suas características marcantes a presença de várias janelas grandes com a parte superior arqueada, num estilo que remetia ao clássico ou ao colonial. De cor bege e detalhes em verde, a construção também contava com uma pequena escadaria em sua fachada que levava a uma grande porta de estilo idem ao das janelas, com pequenas e bem cuidadas árvores ao lado desta, ocupando os pequenos espaços dedicados à natureza. Cercando tudo isso, uma cerca num amarelo escuro, meio morto.

    Xavier, ao ver que o local estava aberto, entra no edifício. É recebido então paredes azuis e piso em azulejos brancos, um balcão, onde uma pessoa ( recepcionista, lhe parecia ) digitava algumas coisas num computador, e duas pessoas conversando em frente a uma estrutura que podia identificar como um elevador.

    Ambos os envolvidos na conversa parecem perceber a chegada dele, visto que param a conversa e dirigem seus olhares para o rapaz. Um destes era um homem alto na casa dos seus trinta, quarenta anos, de cabelos pretos na altura dos ombros, meio bagunçados. Este usava um jaleco branco por cima de uma camisa social azul. Já a outra pessoa era uma jovem dos cabelos cor de trigo cuja a expressão fechou ao ver Xavier. Usando uma regata preta, saia vermelha e meia preta sete oitavos, o visual se completava com estilosos tênis de cano médio. O rapaz, por algum motivo, achava que ela lhe era familiar...




    Falando mais algumas palavras para o sujeito, a garota então se põe em retirada, mas não antes de parar ao lado do rapaz e, com uma careta, dizer:

    Eu posso ter perdido para você nos estudos, mas não pense que você tem sequer o mínimo de competência para ser mencionado no mesmo espaço que eu no mundo dos treinadores! – com um "humpf!" ao final, ela novamente segue seu caminho, e deixa para trás um Xavier que não entendia o que estava acontecendo.

    Dando de ombros, o rapaz vai até o sujeito mais velho, que solta uma risada sem graça ( provavelmente ouviu o que a garota havia dito para ele, pois ela não fez questão de manter a voz baixa ).

    Com licença, o senhor seria o professor Sycamore? – pergunta Xavier, para tentar tirar o clima estranho que permanecia no ar.

    Sim, sou eu mesmo. Você deve ser algum novo treinador, não é? Raro virem dois treinadores num mesmo dia nessa época do ano. – responde o sujeito. – Você deve ter vindo por alguma indicação, certo? Quase todo treinador de Kalos acaba passando por aqui em algum momento.

    Não foi exatamente por indicação, professor. – Xavier, meio sem graça. – Eu te enviei uma carta a alguns meses atrás com as respostas de um questionário e alguns documentos, e pouco tempo depois recebi uma carta do senhor, pedindo para que eu visitasse o laboratório dentro de alguns meses. – enquanto falava isso, retirou de sua bolsa um envelope e o entregou ao professor, que logo o abriu e retirou a carta ali presente para lê-la.

    Ah... Sim, realmente... – murmurava. – Pois bem, agora já sei do que se trata sua visita. Xavier, não é? Eu estava te esperando faz um tempo, mas não parecia que você iria aparecer. Veio quase no limite do prazo, pra falar a verdade. Bem, o assunto que tenho contigo é algo para ser conversado em outro andar. Me siga, por favor. – dizendo isso, seguiu rumo ao elevador.

    O rapaz então se prepara para ir atrás de Sycamore, mas acaba parando ao perceber uma coisa.

    Er, professor? – chama, fazendo com que o outro parasse no meio do caminho. – Saberia me dizer quem era a pessoa que acabou de sair? Ela parecia me conhecer. – perguntou, sem jeito.

    Ah, o nome dela é Yvonne. Yvonne Chavez. Os pais dela são famosos. – e, com uma gargalhada leve, voltou a andar.

    Ah... – Xavier, atônito. – Obrigado, acho que agora sei quem é...

    E então ambos já estavam dentro do elevador.

    ...

    No terceiro andar do prédio, se encontravam Sycamore e Xavier no escritório deste último. A diferença deste lugar para o outro andar estava no fato do chão ser coberto por um enorme carpete vermelho, pelas paredes estarem cobertas de quadros e papéis que iam da pintura à literatura e pelos inúmeros objetos espalhados ao longo dos cantos do cômodo, sendo estes em principal livros, mas com espaço para exceções, como uma antiga vitrola que por algum motivo se encontrava em cima de alguns dos primeiros.

    Sycamore, neste momento, se encontrava perto do fim do cômodo, em frente a uma mesa em madeira, toda ornamentada ( e atrás dessa havia uma confortável cadeira acolchoada, mas quem liga? ). Por fim, ao fundo disso tudo, uma janela posicionada exatamente no centro da parede completava o ambiente.

    Bem, Xavier, você foi chamado, como você bem sabe, como um escolhido para ser portador de uma Pokédex de teste oficial. Você concorda com os termos que foram antes estabelecidos, como a suplementação de informações e feedback construtivo, durante o período de dois anos?

    Sim, aceito.

    Então aqui está sua pokédex, faça bom uso dela, apenas assine este documento, por favor. – então Sycamore coloca um item na mesa e indica um papel para Xavier.

    Assinado os termos, o jovem pega então o objeto que o professor ali colocou. Com formato de cartão e um design reminiscente ao de uma pokébola, o objeto era, no mínimo, curioso, visto que parecia poder se separar em dois.

    Essa pokédex é um modelo de testes, design totalmente kalosiano. Se você separar as duas extremidades esse "vidro" no meio vai projetar o que seria a tela. Interessante, não? – explica Sycamore, como se previsse que haveria alguma confusão. – Depois um dos meus assistentes vai te explicar melhor como o aparelho funciona, mas bem, guarde ela por enquanto, tem mais conversa pela frente.

    O rapaz acena e guarda a Pokédex em seu bolso. O professor, vendo isso, assume uma expressão mais séria e começa a falar.

    Eu não creio que você saiba, mas eu sou um estudioso do fenômeno conhecido como "evolução" nos pokémon's. Estudei sob a tutela de um sujeito que é um expert na área, o professor Rowan, ao qual você já deve ter ouvido falar. No momento, eu estou tentando estudar uma variação curiosa do fenômeno que alguns chamam de "Mega-Evolução". Eu não consigo achar muitas coisas sobre isso ficando aqui em Lumiose, mas eu não posso me dar ao luxo de sair por aí procurando informações. Eu gostaria que você, durante sua jornada, servisse como meus olhos e ouvidos quanto ao assunto, e me informasse sobre o que você descobrisse. Lógico, eu não faria você fazer isso a troco de nada, mas creio que podemos combinar algum tipo de pagamento, quem sabe.

    Xavier franzi o cenho.

    Olha, não que a oferta não pareça interessante mas... Eu gostaria de ter alguns pontos mais esclarecidos, se não se importa. Além disso, como que a gente manteria contato? – questiona, com alguma suspeita. – No mais, por quê eu?

    Sycamore sorri.

    É natural que pareça estranho meu pedido, é natural... – diz. – Eu escolhi você por alguns motivos, alguns bons e outros nem tanto. Um deles é o seu perfil. Sua informação pessoal na carta que me foi enviada me indicava que você é formado, então creio que posso esperar um pouco mais de critério vindo de você em comparação com alguns de seus pares. Algumas respostas no questionário também me deixaram animado. Mas tudo isso são desculpas, no mais. O principal fator é que eu tenho um bom pressentimento quanto a você. No mais, você não será o único, algumas outras pessoas já estão me auxiliando em condições parecidas.

    Xavier parece achar razoável a forma como foi respondido, e acena de leve em confirmação.

    E quanto ao contato? – questiona novamente.

    Eu tenho um amigo que vai vir aqui mais tarde, ele pode resolver isso. – com um sorriso forçado.

    Tudo bem então, acho que posso fazer isso. Gostaria de discutir o que receberei em troca, no entanto.

    Pois bem, podemos discutir todos os termos que você quiser mais tarde. Mas antes, eu tenho uma condição também, antes de mais nada. Eu sei que eu já estou pedindo essa ajuda, mas é necessário que essa condição também seja cumprida, então não há muito que eu possa fazer... Bem, eu vou te compensar por ela, entretanto, dependendo dos resultados, então seria interessante que você aceitasse.

    E que condição seria essa?

    Uma batalha pokémon. – e um leve brilho surge nos olhos de Sycamore, que leva uma das mãos ao queixo enquanto dá um sorriso maroto.




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